Hilda de Paulo, Estudo para a fonte “Romance Violentado”, 2010. Páginas de caderno, 17,5 x 12,1 cm. Edição: 1
A prótese não é essência. É trânsito. É efeito múltiplo e não origem única.
Não existe mais do que em um contexto concreto: o do enxerto.
— Paul B. Preciado, Manifesto Contrassexual
Não aguento mais olhar pra pele / E ver o seu nome tatuado
E saber que o meu virou uma cobra / Sendo que você agora é a própria
— Letícia Novaes a.k.a. Letícia Letrux, Além de Cavalos
A experiência artística Romance Violentado (2010-11) partiu da tentativa de (re)escrever a narrativa de uma tatuagem, a qual foi ultrapassada pela sua condição de um simples enfeite de pigmentação à qualidade de “prótese sentimental” dotada aparentemente de consciência, que, por fim, recebe o estatuto de um objeto ao ser arrancada-retirada-removida-expelida do corpo.
Informalmente (re)conto essa história da seguinte maneira: “O nosso combinado era cada um tatuar o nome do outro no mesmo dia e no mesmo horário. Tatuei o nome dele no lado esquerdo frontal da minha cintura. Quando cheguei em casa, fui procurá-lo no MSN. [Você sabia que essa interface foi um dos mensageiros mais famosos do mundo lançado pela Microsoft em 1999?] Como ele não estava on-line e vi que uma amiga em comum, mais dele do que minha, estava, perguntei a ela por onde ele andava e ela me respondeu que ele estava na casa do namorado dele comemorando um ano de relacionamento. A minha reação foi a de arrancar [com dor] a fresca tatuagem que carregava o nome dele com uma caneta Bic, que estava próxima do computador, e, mais tarde, terminar [sem dor] essa retirada da pele tatuada no dermatologista”.
Hilda de Paulo, Romance Violentado (Tríptico), 2011. Fotografias, 60 x 40 cm cada. Edição: 5 + 2 P.A. cada
Hilda de Paulo, Romance Violentado, 2011. Vídeo, 4’30’’. Edição: 5 + 2 P.A.
Hilda de Paulo, Romance Violentado, 2011. Fotografia, 60 x 40 cm. Edição: 5 + 2 P.A.
HISTÓRICO
[2018] Exposição Enredos para um Corpo. Curadoria de Raphael Fonseca. Centro Cultural da Justiça Federal, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
[2016] Exposição Sob (Ul)Trajes e Gozos. Curadoria de Suianni Macedo. Museu Júlio Dinis – Uma Casa Ovarense, Ovar, Portugal.
[2016] Mostra Brasil: Ficciones. Curadoria de Laurem Crossetti. Espacio Tangente, Burgos, Espanha.
[2016] Exposição Em Estado de Guerra. Organização e curadoria de Hilda de Paulo e Tales Frey. Teatro Académico de Gil Vicente, Coimbra, Portugal.
[2015] XVIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira: Olhar o Passado para Construir o Futuro. Vila Nova de Cerveira, Portugal.
[2015] Projeto transdisciplinar TRANS[acto]#01/2015. Concepção de Isabel Maria Dos. Coimbra, Portugal.
[2015] Rapid Pulse International Performance Art Festival 2015: Video Series. Defibrillator Performance Art Gallery, Chicago, Estados Unidos.
[2015] Exposição (Tra)vestir um Fa(c)to. Curadoria de José Maia. Textos de André Masseno e Julia Pelison. Espaço MIRA, Porto, Portugal.
[2015] Exposição coletiva Amor Marginal. Curadoria de Susana Rodrigues e Ana D’Almeida. Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura, Guimarães, Portugal.
[2015] Mostra Brasil: Ficções. Curadoria de Laurem Crossetti. Armazém do Chá, Porto, Portugal.
[2015] Exposição Beija-me. Organização e curadoria de Hilda de Paulo e Tales Frey. SESC Ribeirão Preto, Ribeirão Preto-SP, Brasil.
[2014] Performance-instalação/exposição Orexia, de Tales Frey. Barracão Maravilha, Rio de Janeiro-RJ, Brasil.
[2014] Exposição Moda e Religiosidade em Registros Corporais. Organização e curadoria de Tales Frey. SESC Rio Preto, São José do Rio Preto-SP, Brasil.
[2014] Exposição coletiva Corpo (I)materializado. Curadoria de Hilda de Paulo e Tales Frey. Mostra Performatus #1, Central Galeria de Arte, São Paulo-SP, Brasil.
[2013] Exposição Moda e Religiosidade em Registros Corporais. Organização e curadoria de Tales Frey. SESC Campinas-SP, Brasil.
[2013] Exposição Moda e Religiosidade em Registos Corporais. Organização e curadoria de Tales Frey. Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura, Guimarães, Portugal.
Hilda de Paulo apresenta a obra Romance Violentado (2010-11) na exposição coletiva (Tra)Vestir um Fa(c)to (2015) no Espaço MIRA na cidade do Porto em Portugal